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A Colheita
A colheita contra-ataca!

Prefácio: Começar todas as coisas por dar graças a tudo 🙏
O apoio a esta nova coisa que decidi fazer foi lindo! Pouco substancial, sem grandes alaridos desmedidos e acima de tudo, sincero e genuino! Não precisamos de mais nada sem ser isso! Ah, e um pormenor engraçado, chegamos ao México!
Vamos então começar as festividades? Um bocado do que se passou nos ultimos tempos:
Estou constantemente a fazer progressos na minha lista de álbuns de 2025 por ouvir, coisa que se torna difícil de acompanhar tendo em conta que há semanas em que adiciono 2 álbuns a essa lista, outra em que adiciono 10+ (neste momento são 16 álbuns por ouvir…)
E o apagão? Grande cena apocalíptica não? Por aqui, foi passado a ler na minha varanda (ainda estou a ler Game Of Thrones, yah, são mais de 10 livros, dêem-me um desconto), a meias com tentar arranjar informação sobre o assunto pra me poder tranquilizar um bocado nos poucos momentos em que tinha dados.
É sempre surreal para mim viver estes momentos históricos, já o Covid foi a mesma coisa. fico sempre espantado por quanto esses momentos históricos são mundanos no dia a dia.Estou a editar e a finalizar esta edição antes do dérbi do século, portanto caso o Benfica não seja campeão podem haver atrasos em publicar isto. O mesmo se aplica caso sejamos campeões. (Update: 💀)
Consegui voltar a acompanhar o Pod’Amares, perdi uns episódios enquanto estive a recuperar mas agora já tou a par. Caixa Negra também fez coisas bonitas nos últimos 15 dias. Amares pra cima, façam o favor de apoiar sempre!
Tenho lido e escrito muito e voltei a pensar muito em design e tenho feito bastante também, portanto, A Colheita já está a cumprir o seu objetivo principal, forçar-me a criar! Mesmo que a maioria do que faça não seja para mostrar e muito são apenas esboços e exercícios criativos, quanto mais fizer mais hipóteses há de algum desse trabalho vir a público.

É difícil imaginar a vida visto de cima, impossível quase. Uma das coisas que mais frustração me causa é exatamente isso, a realidade que a vida só pode ser vista de frente e a visão de coisas que passaram ou que que estão para vir, e as suas ramificações e impactos, só podem ser imaginadas, ou calculadas de forma abstrata. Isto, acredito eu, é talvez a maior dificuldade que sinto, esta necessidade de prever ou calcular todo o possível impacto de qualquer coisa.
E porquê essa necessidade? Demorei muito tempo a perceber, mas afinal era mesmo a resposta mais simples. Medo. Medo de não fazer o correto. Medo de erros, sei lá, todos temos medo de muita coisa. Mas não devemos deixar que o medo nos demova sempre. Mesmo que falhemos nessa luta contra o medo, a verdade é que a luta contra o medo não é uma só batalha, é uma guerra, cheia de batalhas. E a chave para vencer qualquer guerra é a insistência.
Isto para dizer o quê? Apesar de ser difícil ver a vida de cima, tento fazer isso todos os dias, tentando arranjar um equilíbrio sobre viver no momento e viver num plano de tempo maior do que o momento em que me encontro. Comecei a fazer isso quando me apercebi que, muitos caminhos que tinha percorrido no passado, eram agora dados adquiridos da minha vida. Coisas que me interessavam na infância são areas de expertise minhas, livros que li que são referências, pessoas que conheci e que nutri em amizade ou consideração que me iluminaram em alturas escuras, conselhos que dei que me foram recordados quando eu próprio os tinha esquecido. Conselhos que me deram que eu fiz questão de relembrar a quem me os tinha dado quando eles próprios se esqueceram deles.
Nada nem ninguém é imune ao esquecimento, e é normal que a nossa própria moralidade se esconda de nós ocasionalmente. Só temos de garantir que nunca a deixamos de procurar. Porque a moralidade não é o que encontramos, é a vontade com que a procuramos. E essa vontade deve ser incessante, honesta e se houver essa sorte ou essa oportunidade, partilhada.
O que é que eu aprendi nas poucas vezes em que efetivamente consegui ver (ou achei que consegui ver) a vida vista de cima? E como é que isso se relaciona com a vida vista de frente? Nós não vivemos no momento, vivemos nos intervalos entre momentos. Os poucos momentos da vida que nos recordamos são o mais importante para nos formarmos como pessoas com algo para contar, com algo para dizer e se formos afortunados o suficiente, ter a oportunidade de espalhar isso a outras pessoas.
Mas a maneira como verdadeiramente somos, a maneira como somos vistos e percebidos pelo mundo que nos rodeia, não se constrói nesses momentos, constrói-se nos intervalos entre momentos desses. A atitude que temos em dias que não importam, em situações em que não estamos a ser julgados, em ocasiões em que nada temos a ganhar, isso é o nosso verdadeiro carácter, a nossa verdadeira imagem, a nossa cor da água, como dizia o poeta.
Nós construímos momentos mas vivemos em intervalos.
Não quero eu com isto dizer que toda e qualquer mínima interação nossa no dia a dia deva ser analisada como indicativa do nosso caráter, ninguém se deve levar tão a sério, nem a vida deve ser vivida com tanta rigidez, apenas que, em momentos de dificuldade ou de festa, nós manifestamos todo o trabalho de construção que fizemos até aos mesmos, e colhemos os frutos da maneira como encaramos o dia-a-dia.
Nós vivemos os momentos que construímos nos intervalos.



Decidi começar a partilhar também links de alguns artigos e outros pedaços de conteúdo que vou apanhado e que acho dignos de nota!
Segue aqui a primeira fornada:
Para quem se interessa por design, um artigo interessante sobre a nova imagem social do Feyenord: aqui.
Uma das minhas bandas favoritas, os De La Soul um calendário interativo para promover o 20º aniversário do álbum The Grind Date. Selecionando uma data e deixando um comentário, a mesma fica visível para todos os fãs. Uma maneira criativa de envolver os fãs na celebração. Passem lá e deem uma olhadela.
Um interessante vídeo sobre a complexidade e o design do Franco Suiço.
Uma abordagem interessante e educativa aos vídeos verticais de vox pop e á cobertura medíatica do legado de Abril, o Expresso saiu à rua e perguntou a quem estava de passagem a última música que ouviram, perguntando depois a um especialista se a música seria ou não censurada na época do Estado Novo.
Fuck o Oservador all day everyday, mas nestas legislativas foi o único questionário de voto que encontrei, portanto passem por lá, respondam a umas perguntas e vejam com que partido as vossas respostas se alinham mais. Mas lembrem-se, não usem isso para influenciar o vosso voto. E não votem naquele partido fascista que diz que não é fascista.

Turnstile - Seein’ Stars - Novo álbum de uma das bandas de hardcore mais refrescantes dos últimos anos em Junho e até lá, já temos três singles, dos quais se destaca este Seein’ Stars
Mac Miller - What’s The Use - dispensa apresentações, Mac Miller é um dos artistas que mais me marcou, e aqui temos-lo no seu mais introspectivo, uma viagem pela sua angústia acompanhada por Thundercat
Konyikeh - Teenage Dreams - a banda sonora perfeita para acompanhar aquele fim de tarde de domingo que usamos para desconectar um pouco antes do começo de outra semana.
Cheetah & Nia Archives - Get Loose
Dora Morelenbaum - Venha Comigo
Lucy Val - ENFIM
Benjamin Earl Turner - Headspace
Bacu Exu do Blues & Young Piva - Limão Siciliano
PUNCHING BAG - TREAD LIGHTLY - Para fãs de Paris Texas, uma das ofertas mais promissoras desta nova vaga que mistura rap e influências da esfera do rock
Aldina Duarte - Praia Da Adraga - Sempre que se fala de fado, devia ser obrigatório referir Aldina Duarte, uma das vozes mais bonitas que o nosso jardim á beira mar plantado viu nascer, com letras honestas e uma visão muito tradicional daquilo que o fado é.
Leven Kali - Let It Rain
The Brand New Heavies & Masta Ace - Wake Me When I’m Dead - Um dos maiores nomes do rap dos anos 80 e uma banda de jazz britânica. Em 1992 poderia não parecer a combinação mais óbvia, mas a verdade é que já na altura o era e o resultado está ai a olhos vistos. Vale a pena ouvir esta e todo o álbum na verdade, com a presença de Pharcyde, Gang Starr, Grand Puba e muitos mais. Um verdadeiro quem é quem do rap dos princípios dos anos 90
INOHA - GESHUOU
Benji.- Joy Peace Love - Tenho uma relação estranha com o Benji, confesso. Um dos membros de Spillage Village, sempre que sai um disco novo seu acabo por adiar ouvi-lo, nem sei bem porquê, e sempre que me sento para o ouvir arrependo-me de não o ter ouvido mais cedo. Esta não sai dos phones há muito tempo, é groovy, relaxada e enche o espaço de vibrações positivas.
Cordae - Don’t Walk Away - Muito desiludido com o percurso da carreira do Cordae, e o último álbum foi bastante fraco, mas deu-nos esta faixa, portanto no geral acabou por valer a pena