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A Colheita #4
Sermos todos diferentes, Turnstile, podcasting e ter tempo

Mais uma jornada, mais uma fornada! Como sempre, obrigado pela subscrição! Um par de novidades!
Devido a um erro técnico, muita gente não reparou que lancei um podcast, chama-se Desfocado e pode ser ouvido no Spotify e no Apple Podcasts. Para já é secreto e apenas “publicitado” para subscritores da Colheita, mas já assumi o compromisso de, caso seja para publicitar, será apenas a partir do 10º episódio. Já vamos no quarto episódio e esta semana sairá o quinto! Subscrevam, é gratuito!
Temos também um servidor de Discord d’A Colheita, um fórum central para partilhar lá updates, recomendações e termos uma comunidade de pessoas com interesses variados, mas com o ideal da partilha em comum! Podem-se juntar carregando neste ➡️ link.
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Prefácio
Levando as festividades, mais um pouco do que se passou e se pensou nos últimos tempos:
Acabei finalmente de ouvir todos os álbuns que me interessam que sairam este ano, o que eleva o meu número de álbuns de 2025 que ouvi para 112(!!). Desses 112, 15 eram do The God Fahim, esse gajo está num nível inédito de produtividade.
Acho que este ano a colheita vai ter uma lista de melhores álbuns do ano.Ruído de Bruno Nogueira é um daqueles momentos no humor nacional que vai ficar eternizado, e das primeiras vezes que uma série do género é bem publicitada para cativar o público atual.
A colheita fez um mês e eu nem reparei, andei tanto tempo a pensar nisso que parece que existe desde Novembro. Entre a Colheita e o Desfocado a receção têm sido excelente e sinto que isto poderá resultar em algo bonito.
O que alcançamos até agora com 0% de publicidade é indescritível para mim e enquanto ainda não sei como vamos espalhar a palavra, a colheita continua.Tenho sentido que não tenho explorado bem muitos dos tópicos que quero abordar nos meus projetos portanto enquanto eu não descobrir se a questão é dos problemas de concentração que tenho tido ou um problema de gestão de tempo, a Colheita poderá sofrer algumas alterações. É que esta foi de longe a edição mais difícil de escrever, we barely made it.
É assim, eu sei que recomendo muita coisa, mas vocês precisam mesmo de ouvir o último álbum do FBC e o de Turnstile que foram lançados esta sexta feira! Little Simz e Lil Wayne também lançaram bons álbuns, mas os dois que referi primeiro são outro nível acima!

Talvez seja um dos maiores mitos da humanidade, essa capacidade que acreditarmos de ser únicos. Digo mito no sentido de ser único como característica diferencial. Talvez pareça paradoxal, mas a verdade é que nós somos únicos porque existimos num infinito número de possibilidades, com um infinito número de variáveis, das quais nós ocupamos uma combinação única, as quais se modificam infinitamente ao longo do tempo, conforme o nosso meio se altera. Logo, ser único não é um diferencial, é uma certeza matemática
Não que eu acredite no destino, de facto essa é uma reflexão que não me ocupa muito tempo, mas como resultado do nosso meio, a verdade é que é impossível não sermos únicos. Mesmo os grandes padrões sociais e culturais que vemos, acabam por ser fruto da nossa dificuldade em nos aceitarmos como seres irreplicáveis e daí, a nossa procura de pertença em comunidade e de identificação como um todo.
Acaba por ser natural, tendo nós consciência do quão único somos, e de quão impossível é a nossa vivência de ser replicada, que sejamos um ser tão social e comunitário como somos. Acima de tudo, uma das características mais comuns como seres humanos é a incessante procura de companhia, de pertença, de ocupar um espaço ao mesmo tempo que outros.
Daí a nossa tendência humana em seguir tendências, ou mesmo que nos radicalizemos contra as tendências, a procura de uma comunidade em que também não se sigam tendências.
Acaba por ser impossível escapar ao nosso instinto de comunidade, instinto esse que adota também infinitas formas. Mas como nos mantemos e encontramos, únicos, numa comunidade? Como não perder individualidade em prol de aceitação?
Essa é uma pergunta que todos nós fizemos, fazemos e faremos. Não que a comunhão não envolva sacrifício pessoal e cedência, afinal, o esforço é o maior ato de amor possível e é isso que as comunidades nos oferecem, subsistência e amor. E amor com amor se paga.
Respondendo, provavelmente mal à pergunta, acredito que é necessário, como grupo, assegurarmos-nos mutuamente que é precisamente essa individualidade que torna as comunidades fortes. Que nos permite estreitar laços e expandir horizontes e, como indivíduos, interiorizar o que é importante: cultivarmos a nossa individualidade para que possamos ver cada vez mais perspectivas, apresentar cada vez mais pontos de vista e como resultado do mesmo, aumentar a nossa noção de existência. Afinal de contas, o que nos une são ideais comuns, claro, mas que não podem ser postos num pedestal, devem, como tudo, ser desafiados, testados e reformulados caso seja necessário.
Isto apresenta um pau de dois gumes. Tão dominante consegue ser o nosso instinto comunitário, que acaba por se tornar demasiado apelativo, às vezes, esconder aquilo que nos torna únicos para que possamos encaixar no tecido comunitário em que nos queremos inserir, esquecendo-nos que ao fazê-lo, estamos a enfraquecer o mesmo.
É importantíssimo assegurar-nos uns aos outros que ninguém é estranho, ninguém é tolinho da cabeça ou marado, só por ser, corajosamente, ele próprio. É um sinal de força e coragem desafiar as normas do espaço onde nos inserimos e demonstrar que a individualidade é a nossa maior arma de fortalecimento pessoal e consequentemente, comunitário.
Elos da mesma corrente que se temperam a eles próprios, individualmente, mas sempre a contribuir para uma corrente forte, unificada e infinitamente irreplicável.



Sobre a diáspora latino-americana nos Estados Unidos da América, este ensaio fotográfico de Alejando Cartagena, que fotografou ao longo de vários meses as caixas de várias carrinhas durante a manhã em direção ao trabalho, um verdadeiro testamento sobre o sacrifico pessoal na busca de uma vida melhor.
As ilustrações brilhantes de Matthew Shipley de várias figuras icónicas do desporto mundial merecem ser partilhadas! Pontos retirados por não ter nenhuma do Aimar no Benfica, mas prontos, que é que se pode fazer?
Publicidade com influencers é algo muito fácil de fazer da forma errada e efémera, mas a Samsung e o Batt Maillie fizeram-no da forma certa. On tópica, criativo, visualmente muito interessante e sem ser exagerado. Uma lição para essas grandes marcas que desperdiçam rios de dinheiro neste mercado.
Uma das minhas maiores amarguras é ter desperdiçado o pouco talento para o desenho que tinha quando era pequeno. Bem, não se pode ter tudo… Ah sim, estas ilustrações e caricaturas incríveis do lendário Javier Muñoz! As do Donald Trump são particularmente incríveis!
Posters da Lacoste sempre foram incríveis, aqui estão alguns dos melhores.
Wu-Tang está quase, quase a acabar, mas até lá, ainda vai sair um videojogo, o segundo da grupo de Staten Island, 25 anos depois do original. E devo dizer, até não parece estar mau!
Serei sempre a favor da migração humana. Subscrevo as palavras deste grande senhor, e devíamos todos ambicionar ser como ele ❤️ Somos personas antes de que ciudadanos.
Marcadores de livros encontrados numa biblioteca, não me perguntem porquê, mas estas coisas fascinam-me sempre.
Neste momento devem haver mais géneros e subgéneros do que será possível contar, mas este é interessante. WRC, House e PS2 nostalgia, juntem tudo e aparentemente dá Rally House

Erick the Architect com Joyce Wrice - REVIVAL - House vibes para o verão que se aproxima, groooooooovy!
Ghais Guevara - You Can Skip This Part - Se o Lupe Fiasco deixasse de fazer música, ainda teríamos o Ghais Guevara, verdadeiramente um talento para manter debaixo de olho nos próximos anos.
Piff Marti - I. the Itis
Earl Sweatshirt, The Alchemist e Vince Staples - Mancala - É Earl Sweatshirt, com Vince Staples em cima de um beat de Alchemist, é preciso dizer mais alguma coisa?
Uno, BENNY BROKER - Multiculturel - Uma das melhores faixas do melhor álbum de rap nacional que ouvi este ano.
Marcelo D2 - TO VOLTANDO - Respeito eterno a Marcelo D2, uma das melhores faixas deste Manual Prático do Novo Samba Tradicional
Jamiroquai - Slipin’ ‘n’ Slidin’
Bas, FKJ - Wait On Me - “Just wait on me, just wait on me, don't ever let go/ I love the moments you spending with me, just wait on me/ I'd rather be the pain you endure/ I'm heading nowhere, but know there's some peace/ I’m ready, no fair, I go there/ So just wait on me, the best memories, how could you ignore?/ I love the moments you spending with me” - esta é daquelas que bate forte. 💔
FBC - Cabana Terminal - Dou menos de 30 segundos para este som vos por a abanar a cabeça. Tentem lá, eu sei que não vão conseguir…
Turnstile - I CARE - Sobre Turnstile, talvez fale sobre isso num podcast, mas façam um favor a vocês próprios, ouçam isso!
Aminé - Raspberry Kisses - Aminé a trazer as vibes certas para este verão
Pearl Jam - The Fixer
threetwenty - The Light (I Need You)
Van Zee - Amar de Cor - Não julguem, este som é lindo.
The Brand New Heavies com Jamalski - Jump 'n' Move
e como sempre, podem consultar a playlist aqui: